Os ensaios técnicos das escolas de samba corumbaenses foram realizados no último fim de semana. A passarela do samba foi tomada, principalmente, por membros das baterias, das alas coreografadas, das comissões de frente, das musas e, claro, dos intérpretes. Conjunto que, em harmonia, arrepia o folião.
O evento é tradicional e funciona para que as agremiações e os técnicos avaliem ritmo, coreografia, cronometragem e outros aspectos que garantem a fluidez da apresentação. Para o mestre de bateria da Império do Morro, João Victor, é o momento de entender se há necessidade de ajustes na apresentação, pois cada toque diferente em um instrumento faz diferença sob o olhar, ou nos ouvidos, dos jurados e do público. “Estamos ensaiando desde dezembro e vamos ver se aqui, na avenida, teremos ajustes para fazer nos últimos ensaios, segunda e terça-feira. Vai dar tudo certo”. Com erros ou sem, a bateria da verde e rosa contagiou os populares que aplaudiram em pé a sua passagem pela Passarela do Samba neste domingo (24).

O carnavalesco da Mocidade Independente da Nova Corumbá, Val Araújo, destaca o protagonismo dos foliões nos ensaios. “É para a escola e os foliões sentirem, pela primeira vez, a emoção que sentirão no dia e entender em quais pontos melhoras. Quais pontos priorizar, às vezes é o tempo da apresentação”. A escola da zona sul inovou com a escolha das vestimentas e por levar um tripé para o ensaio. “Eu acho importante mostrar para a cidade um pouquinho do que a gente vai mostrar na segunda. Tem o tripé com o nome da escola e o nosso mascote, a comissão de frente produzida como mais ou menos será no dia”.

Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesco), Victor Raphael Almeida, “o ensaio é para errar, para saber como ajustar as coisas. Faz toda a diferença para entender a dimensão da pista e como se apresentar aos jurados. Isso faz toda a diferença”. Ele também considera que é mais um momento para que o público consiga celebrar o espetáculo. “É bom para a cidade, a casa está cheia e o público interage”.
No primeiro dia de ensaio, no sábado (22), a participação popular foi menor do que no domingo. A razão pode ter sido a tarde chuvosa e a noite nublada, que não se repetiu no domingo, apesar do frescor dos ventos durante a noite.
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Os foliões e apreciadores das artes carnavalescas são importantes também para o comércio dos ambulantes. De acordo com o autônomo Paulo Roberto, que vende espetinhos, todo evento que acontece na cidade beneficia quem trabalha com alimentos e bebidas. “Eu sempre venho para a avenida quando tem essas festas, senti falta do Festival América do Sul no ano passado, que não teve. Com essas vendas antes do carnaval, consegui pagar as costas e, agora, o que eu ganhar vai ser só para mim”.
