A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) registrou, no primeiro trimestre de 2025, uma redução no número de roubos em comparação ao mesmo período do ano passado, em Mato Grosso do Sul. A tendência se repetiu na cidade branca, que situou 85 ocorrências do mesmo tipo de primeiro de janeiro até 31 de março, cerca de 20% menos que no ano passado.

Fonte: Sejusp | Arte: Maria Eduarda Metran

O crime de roubo é tipificado no artigo 157 do Código Penal. Ele ocorre quando alguém usa de violência, grave ameaça ou qualquer meio que reduza a capacidade de resistência do outro, para retirar dele um bem móvel. Em Corumbá, acontece com maior frequência no bairro Nova Corumbá, seguido do Popular Nova e da região do Centro próxima ao Poliesportivo. 

Segundo o tenente Perseu, do 6º Batalhão de Polícia Militar, a corporação direciona o patrulhamento para essas áreas com maior incidência de roubos, com ações estratégicas para coibir o crime. Ele afirma que os celulares são os itens mais roubados no município.  

De acordo com estudiosos da segurança pública, o celular é o “produto quente”, ou seja o objeto de consumo mais atraente e mais provável de ser tomado pelos assaltantes. Isso se dá pelo seu valor financeiro, disponibilidade, tamanho, portabilidade, entre outras qualidades. Dados expostos no 18º Anuário de Segurança Pública sinalizam que existe uma relação proporcional direta entre a quantidade de aparelhos roubados e o porte populacional de uma cidade. Quanto mais residentes, maior a taxa de incidência do crime.

A estudante universitária, Raysa Silva, conta que era madrugada quando teve o seu celular roubado, na rua 13 de junho. Ela caminhava, acompanhada de um amigo, e com o celular na mão. “Eu esqueço que é perigoso, né? Um moço apareceu armado. Eu não sabia se era de verdade, se era arma de mentira. Ele foi direto a mim, parou do meu lado, eu não tive reação nenhuma, falou que era para passar tudo que a gente tinha. O meu amigo correu. Como eu nunca tinha sido assaltada por causa do celular, eu passei, porque fiquei com muito medo, e ele [assaltante] saiu correndo”. 

A facilidade de acesso ao objeto e a uma fuga rápida são fatores que favorecem a ação dos criminosos. A exposição também é apontada como um atrativo para os ofensores. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que, em 2023, 78% dos casos de roubo ocorreram em via pública; majoritariamente, entre as segundas e sextas-feiras enquanto as pessoas estão saindo de casa ou voltando do trabalho e da escola. 

Os registros da Sejusp demonstram que, em média, cada roubo tem uma única vítima, o que não significa que esses são os únicos casos registrados, afinal são 92 vítimas até aqui. O padrão dos últimos anos indica que os jovens do sexo masculino são os mais assaltados, foram 46 neste primeiro trimestre, em Corumbá.

Roubos de veículos

O Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo) computa o crime de roubo de quatro maneiras, uma delas é o Roubo de Veículos. Neste ano foram executados seis roubos e dez furtos em Corumbá. Não são apresentados dados estatísticos, de 2025, sobre as outras tipificações para a região. 

Qual a diferença entre roubo e furto?

Diferentemente do roubo, o furto acontece quando o criminoso toma um bem sem que a vítima perceba ou sem o uso de violência. Ex: O criminoso furta um celular esquecido em uma mesa. Aconteceram 329 furtos neste primeiro trimestre, 55 a menos que no mesmo período do ano passado. 

Queda dos crimes de rua

O Anúario de Segurança Pública de 2024 também revela que enquanto os roubos de celulares, veículos, cargas, transeuntes, residências e comércios caíram; a prática do estelionato cresceu 8,2% (360% desde 2018). A análise é de que ocorre um golpe a cada 16 segundos no país. De janeiro a março, foram registrados 106 crimes deste tipo em Corumbá. 

Ladário

 

 

Por Maria Eduarda Metran