Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, baseada em dados do SUS e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que jovens entre 15 e 29 anos são as maiores vítimas de acidentes e violências no Brasil.
Essas causas externas foram responsáveis por 65% das mortes nessa faixa etária, cerca de 84.034 dos 128.826 óbitos registrados entre 2022 e 2023. O recorte de gênero revela que homens jovens morrem mais em acidentes fatais do que mulheres, especialmente entre 20 e 24 anos.
“O risco de jovens negros morrerem por violência e acidentes é cerca de 90% maior em comparação com jovens brancos. Isso já é observado há décadas, mas vemos que a situação está se acentuando, se mantendo e, infelizmente, se naturalizando, o que revela uma face do racismo estrutural do nosso país”, destaca a pesquisadora da Fiocruz, Bianca Leandro.
Nos acidentes de trânsito envolvendo jovens, 84% das vítimas são homens, sendo a motocicleta o veículo predominante em metade dos casos. Já a principal causa de morte violenta na juventude, independentemente do gênero, são as agressões com armas de fogo.
Campanhas de conscientização que incentivem o abandono do uso de armas e a direção mais segura estão entre as iniciativas capazes de proteger os jovens, assim como a criação de uma política nacional de saúde da juventude.