O Corumbaense F. C. pode ter que mandar seus jogos fora de Corumbá no Campeonato Estadual de 2026 devido a decisão da Liga de Esportes de Corumbá de romper acordo firmado com a prefeitura da cidade em 2023, que garante que a gestão do Estádio Arthur Marinho seja administrada pelo Município.

A suspensão do termo de cooperação entre a LEC e a Prefeitura, anunciada pelo presidente da entidade, Ronaldo Vieira, de forma unilateral, trouxe à tona um desgaste institucional antigo. A decisão, tomada sem assembleia ou consulta aos clubes filiados, ocorreu em um momento crítico, às vésperas do início do Campeonato Estadual, gerando preocupação sobre o uso do Estádio Arthur Marinho — único palco apto para competições oficiais.

Um dos impasses envolve justamente a utilização do Estádio Arthur Marinho. A LEC manifestou discordância quanto à cessão do estádio ao Corumbaense Futebol Clube (CFC) durante o Estadual, defendendo a cobrança de aluguel. Porém, pelo termo de colaboração em vigor estabelecido entre a Prefeitura e a LEC, o município é o responsável administrativo pelo estádio — incluindo as despesas fixas e as obras e reparos atualmente em andamento para atender exigências técnicas e de segurança e também permite a utilização para eventos apoiados pelo município, como no caso do corumbaense.

“Na prática, o que a direção da Liga deseja é que o município arque com as despesas, e as decisões sobre a gestão do Estádio fiquem com a LEC”, afirma a Presidente da FUNEC, Michele Ferri.

Internamente, o cenário também é de fragilidade. O mandato do presidente da LEC se encerra em 31 de dezembro. Alguns integrantes já se afastaram, e o ambiente político da Liga é considerado instável. Essa instabilidade reflete a dificuldade da entidade em manter um diálogo amplo e articulado com clubes, instituições e o próprio poder público.

O município informou que independente da crise institucional momentânea, realizou em parceria com o Corumbaense, todas as exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros relacionadas à estrutura do estádio, resultando em adequações necessárias em itens como extintores, mangueiras, sinalização e portas de emergência, permitindo a liberação do Estádio para a disputa do campeonato estadual na última quinta-feira (04).

Paralelamente, há questionamentos sobre a capacidade de gestão da atual diretoria da LEC, que enfrenta desgaste tanto interno quanto externo. Especialistas e integrantes do meio esportivo apontam que a Liga não possui estrutura administrativa nem financeira para manter o estádio sozinha, o que torna o termo de cooperação com o poder público essencial para a continuidade das atividades esportivas da cidade.

“Com o fim iminente do atual mandato e com discussões judiciais envolvendo a eleição da nova diretoria, não é razoável a discussão de encerramento do termo de colaboração com o município neste momento. O futuro da LEC dependerá de uma reorganização profunda. Transparência, diálogo e profissionalização são vistos como pilares indispensáveis para que a Liga volte a cumprir seu papel central no desenvolvimento esportivo da cidade”, garante o Secretário Municipal de Relações Institucionais, Marco de Souza Martins.

Independente da discussão de gestão do Estádio, o Corumbaense está trabalhando na montagem da comissão técnica e elenco para o estadual. Segundo o vice-presidente do clube, Renê, as conversas estao adiantadas com a comissão técnica e aguardamos apenas a definição do embrolio para começar a anunciar as novidades. O clube já conta com alguns parceiros locais, que acreditam no trabalho, e estamos de portas abertas para novos parceiros para a temporada de 2026″.

Corumbá tem uma das torcidas mais apaixonadas do Estado e um enorme potencial esportivo e garantir o futuro do futebol local exige uma Liga fortalecida, capaz de agir com responsabilidade institucional e alinhada com o interesse coletivo.

Por Da Redação