No Dia 20 de novembro acontece na capital do pantanal um workshop intitulado “O Mar de Xarayes e seus primeiros habitantes em tempos Pré-históricos e Coloniais”, que tem a finalidade de divulgar a história pré-colonial da Serra do Amolar e inserir no roteiro turístico, uma vez que no dia 25 de novembro será inaugurado um museu de artes rupestres encontradas nessa região. O museu se fixará no campus III da UFMS.
O workshop começa às 19h no auditório do campus III da UFMS e terá como público alvo o trade turístico, assim como alunos das áreas de humanas e biológicas. As palestras do evento serão ministradas pelo Professor Doutor em História da UFMS José Luís dos Santos Peixoto, pela Professora Doutora em História da UFMS Ariane Aparecida Carvalho de Arruda e pelo Diretor de Relações Institucionais do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) Angelo Rabelo.
Aproveitando o tema Mar de Xarayes, esse ano o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano completa 15 anos de atividades e no evento de comemoração apresentará um espetáculo de dança e música intitulado “Um país inexistentes: Los Xarayes”, baseado no livro História de um País Inexistente: o Pantanal Entre os Séc. XVI e XVIII, da autora Maria de Fátima Gomes Costa. O espetáculo do Moinho Concert 2019 acontecerá no dia 15 de dezembro no pátio da instituição.
O Mar de Xarayes
O Pantanal foi palco de intensas relações inter étnicas entre indígenas e europeus que vieram em busca do fabuloso “Mar de Xarayes” (ou “Laguna de los Xarayes”). Um lugar imaginado, criado, sonhado e representado em manuscritos oficiais, iconografias e cartografias, desde meados do século XVI ao XVIII. O mito foi construído, sobretudo, pela busca de riquezas minerais na região, afinal, portugueses e espanhóis já conheciam as minas de Potosi e do Peru que estavam sob domínio e exploração dos colonos espanhóis. O “Mar de Xarayes” ocupa uma extensa área na bacia do Alto Paraguai, na região da lagoa Gaíba e lagoa Uberaba, lugares que antes de serem conhecidos, explorados e colonizados pelos europeus, foram ocupados pelos grupos indígenas Xaraye, Chané, Guató, Payaguá, Orejone, Guaxarapo e Guaycurú. Esses grupos podem ser considerados remanescentes dos primeiros habitantes que, a partir de 5.500 anos atrás, estabeleceram seus assentamentos, denominados de Aterros, na planície pantaneira e deixaram testemunhos de sua presença na paisagem, através dos vestígios materiais representados por artefatos, estruturas, ossos de animais, sepultamentos e registros de gravura e de pintura em blocos rochosos e lajedos horizontais.