Considerada foragida da Justiça brasileira, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seguirá presa na Itália enquanto aguarda uma nova decisão no processo que julga sua extradição ao Brasil.

Zambelli voltou nesta quarta-feira (27) a um tribunal de Roma, na Itália, para uma audiência dentro do processo em que a Justiça italiana analisa o pedido de extradição feito por autoridades brasileiras. A defesa da deputada licenciada também solicitava que ela aguardasse pela decisão em liberdade.

A Justiça informou que uma nova decisão pode sair ainda nesta quarta.

Há duas semanas, Zambelli chegou a ir ao mesmo tribunal, mas alegou estar passando mal, e a audiência foi adiada. Na ocasião, a juíza responsável solicitou uma perícia médica, da qual participaram o médico da defesa e outro do governo brasileiro. Ambos chegaram à conclusão de que ela tinha condições para permanecer presa e que estava sofrendo de depressão.

Os advogados disseram estar otimistas e afirmaram que ela precisa de “cuidados especiais”.

Pelas redes sociais, Pagnozzi disse que um “desfecho” do caso deve acontecer dentro de um prazo de 24 horas e 48 horas a partir do fim da audiência desta quarta. A Justiça italiana não se pronunciou sobre o caso.

Novo pedido de soltura

A defesa da deputada alega questões de saúde para pedir sua liberdade e, em paralelo, apresentou ao juiz um outro pedido de soltura, alegando que o governo brasileiro não fez um pedido de prisão preventiva.

Em entrevista na saída da sessão, em Roma, os advogados de Zambelli afirmaram esperar que ela seja solta “a qualquer momento”.

Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dias após a condenação, ela deixou o país e informou que estava na Itália.

O ministro do STF Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão para a deputada, e ela foi então presa na Itália no fim de julho. Agora, a Justiça italiana analisa um pedido de extradição de Zambelli par ao Brasil.

Redes sociais

Zambelli, mesmo foragida, segue nas redes sociais por meio de um perfil alternativo no Instagram.

O primeiro post do perfil foi publicado em 13 de junho, cerca de 10 dias após a retirada do ar de suas redes oficiais, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, em 4 de junho. A conta foi criada em maio de 2025 e tem cerca de 4.600 seguidores e é utilizada para comentar temas da política nacional e reforçar críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar da suspensão das contas principais, o novo perfil continua acessível. Ele foi atualizado pela última vez em 28 de julho.

Zambelli é alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes e está incluída na lista de procurados da Interpol. Ela foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do hacker Walter Delgatti Neto.

Por G1