O fim de ano se aproxima e, com ele, a expectativa de férias para muitas crianças e adolescentes. Porém, para aqueles que estão em instituições de acolhimento, as festividades nem sempre são momentos de alegria e aconchego. Pensando nisso, a comarca de Corumbá criou a campanha “Padrinho de Natal: semeando sorrisos”, que busca mobilizar a comunidade local para se engajar com o Projeto Padrinho e proporcionar um fim de ano mais feliz a dezenas de crianças e adolescentes da região.
O apadrinhamento é uma forma de apoio emocional e social para crianças e adolescentes que estão em situação de acolhimento institucional. O objetivo é oferecer atenção, carinho, cuidado e uma convivência familiar para esses jovens. Os padrinhos são, portanto, pessoas dispostas a se dedicar de maneira voluntária ao bem-estar desses adolescentes, proporcionando momentos de lazer, convivência familiar e experiências que muitas vezes estão fora do alcance dessas crianças e adolescentes.
Atualmente, a comarca de Corumbá conta com 55 crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Para o diretor do Foro da comarca, juiz Mauricio Cleber Miglioranzi Santos, diante do expressivo número de crianças em acolhimento e da quantidade reduzida de candidatos habilitados ao apadrinhamento ou à adoção, a mobilização da população é fundamental para que dezenas de jovens possam ter um fim de ano mais feliz.
“O apadrinhamento é uma ferramenta fundamental para contribuir com o desenvolvimento dos pequenos corumbaenses e ladarenses que estão em acolhimento. Ele proporciona o exercício da convivência familiar e afetiva, transmite ensinamentos e, no mais das vezes, os maiores beneficiados são os próprios padrinhos. Especialmente neste final de ano, a mobilização da comunidade local é essencial para que possamos proporcionar um Natal mais alegre, exercendo a humanidade e o princípio do amor ao próximo”, destacou o magistrado.
Os padrinhos afetivos podem se envolver de diversas maneiras. Além de momentos de lazer, como passeios em parques, visitas a pontos turísticos da cidade e programas culturais, o apadrinhamento pode proporcionar ao acolhido uma vivência de Natal e Ano Novo com a presença de uma família que se importe com seu bem-estar. Esses momentos são fundamentais para a formação de memórias afetivas que ajudam no desenvolvimento emocional e psicológico dos jovens, além de fortalecer a sensação de pertencimento.
A desembargadora Elizabete Anache, coordenadora da Infância e da Juventude do TJMS, enalteceu a inciativa do magistrado Maurício e lembrou que “crianças e adolescentes acolhidos sempre esperam por um padrinho ou uma madrinha e, muitas vezes, para coisas muito simples. O apadrinhamento cria laços de afeto que substituem o sentimento de desamparo e abandono por uma sensação de verdadeiro pertencimento. É uma experiência enriquecedora tanto para o padrinho ou madrinha como para a criança ou adolescente”.
Propostas – O apadrinhamento pode se manifestar de diversas formas. O apadrinhamento afetivo não exige grandes gestos ou recursos materiais: o que mais importa é o tempo dedicado, a vontade de acolher e o desejo de transformar a vida de uma criança ou adolescente. Ele tem um impacto significativo na vida dos apadrinhados, pois a experiência de sentir-se parte de uma família, mesmo que temporariamente, pode ser um marco importante em seu desenvolvimento emocional e social.
Além disso, há outras formas de apadrinhamento, como o financeiro, o doador de material e o prestador de serviço. O apadrinhamento financeiro consiste em contribuições mensais que garantem recursos para necessidades básicas, como alimentação, educação e saúde. Neste fim de ano, esta modalidade também é muito importante ao possibilitar a compra de presentes de Natal para as crianças e adolescentes acolhidos.
Já o doador de materiais envolve a entrega de itens essenciais, como roupas, material escolar e brinquedos, enquanto o prestador de serviços oferece apoio por meio de habilidades específicas, como aulas de reforço, orientação profissional ou serviços médicos.
O processo envolve a realização de um cadastro e uma análise cuidadosa, garantindo que o apadrinhamento seja realizado de maneira segura e adequada. Além disso, é importante que o padrinho tenha disponibilidade para se dedicar à criança ou adolescente, respeitando suas necessidades e limites. Após a aprovação, o padrinho é vinculado a uma criança ou adolescente de acordo com as afinidades e necessidades do jovem, para que o vínculo seja o mais natural e afetivo possível.
Como participar – Interessados em ser padrinho e madrinha devem procurar a 1ª Vara da comarca de Corumbá para manifestar interesse. Mais informações e esclarecimentos podem ser solicitados pelo Whatsapp (67) 99991-0338 ou pelo Facebook.
Qualquer pessoa com mais de 18 anos de idade, independente de classe social, profissão, religião, sexo ou preferência política pode se voluntariar. Entidades, empresas, escolas, cursos profissionalizantes e técnicos também são bem-vindos para se unir ao projeto, que atua em todas as regiões do MS. Saiba mais sobre o Projeto Padrinho em MS no site.
Saiba mais – Criado em 2000, o Projeto Padrinho é uma ação idealizada pela Vara da Infância de Campo Grande e hoje está sob a tutela da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do TJMS. Para a proteção integral de crianças e adolescentes que tiveram seus direitos fundamentais ameaçados ou violados, a autoridade judiciária da Vara da Infância e da Adolescência, quando não encontra uma alternativa na família extensa, aplica a medida de proteção de acolhimento familiar ou institucional.

Por Secretaria de Comunicação TJMS