Entre janeiro e abril de 2024, Campo Grande registrou 1.033 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que levaram a prefeitura a decretar emergência em saúde na terça-feira (30). Do total de casos de doenças respiratórias registrados este ano, 51% são de crianças de zero a 9 anos.
Os dados são do painel de monitoramento da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande) e mostram que são 537 casos de SRAG em crianças de até 9 anos e outros 256 em idosos com mais de 60 anos, os dois grupos de risco para doenças respiratórias.
Este ano, os casos de SRAG em Campo Grande começaram a aumentar em abril, sendo que em 2023 a gravidade dos casos aconteceu a partir de março. Os vírus causadores das SRAG também são diferentes, pois em 2023 houve um surto do sincicial respiratório e, este ano, sequenciamento mostra rinovírus e influenza.
No ano passado, Mato Grosso do Sul viveu uma crise grave de síndromes respiratórias, principalmente em bebês. Nos quatro primeiros meses de 2023, foram registrados 1.346 casos de SRAG em Campo Grande e 128 mortes, sendo 15 de crianças até 9 anos.
Neste ano, Campo Grande acumula 68 mortes em decorrência das SRAG, sendo três de crianças até 9 anos e 42 de idosos com mais de 60 anos. Os dados são do painel de monitoramento da Sesau.
Campo Grande em emergência de saúde
A prefeitura de Campo Grande decretou situação de emergência em saúde devido à alta de casos de síndrome respiratória aguda grave. Com unidades de saúde lotadas, a Sesau negocia a abertura de novos leitos, principalmente pediátricos.
Atualmente, 29 crianças que dependem de oxigênio aguardam na fila por uma vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo a secretária de Saúde, Rosana Leite, há aumento da ocupação de leitos das unidades de saúde da prefeitura e da rede contratualizada de urgência e emergência por conta do aumento de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na Capital.
Apesar do cenário ser menos grave do que no ano passado, há aumento nos casos de internação de crianças e também o tempo de internação maior.
“Em quantidade da SRAG, no ano passado foram 1.400. Esse ano são mil, porém o tempo de internação desses nossos pacientes está chegando de 10 a 15 dias. O que isso significa que não há um giro de leito. O paciente interna e a gente não consegue colocar outro”, explica a secretária.