A seleção dinamarquesa irá disputar, na Rússia, em 2018, sua quinta Copa do Mundo. Após fazer sucesso entre no fim dos anos 80 e início dos anos 90, os europeus chegam ao mundial com um bom retrospecto em Copas. Os dinamarqueses não passaram da fase de grupo apenas uma vez, exatamente em sua última participação em mundiais, em 2010, na África do Sul. Nesta edição, a Dinamarca está no grupo C, ao lado de França, Austrália e Peru.
A trajetória da Dinamarca do futebol teve início em 1908, quando disputou as Olimpíadas de Londres. Os dinamarqueses foram bem e conquistaram a segunda colocação, atrás apenas da anfitriã Grã-Bretanha. Quatro anos depois, a história voltou a se repetir. Em Estocolmo, ficaram novamente com a prata após perderem para a Grã-Bretanha na final. Os dinamarqueses voltariam a conquistar uma medalha de prata olímpica em 1960, em Roma. Antes disso, conquistaram, também, uma medalha de bronze em Londres, em 1948.
Até então, os dinamarqueses tratavam o futebol de maneira praticamente amadora e não conseguiram se classificar para nenhuma Copa do Mundo. Mesmo assim, no ano de 1964 a Dinamarca conseguiu um grande feito, chegando na semifinal da Eurocopa, organizada na Espanha. A profissionalização do futebol dinamarquês ocorreu a partir da década de 1970, com a chegada do alemão Sepp Piontek, que assumiu o comando da seleção em 1979 e permaneceu no posto por mais de uma década. Os resultados começaram a surgir em 1984, quando a Dinamarca chegou às semifinais da Eurocopa, sendo eliminada pela Espanha nos pênaltis.
Em 1986, os dinamarqueses se classificaram para a primeira Copa do Mundo de sua história. Em um grupo bastante complicado, ao lado de Alemanha Ocidental, Uruguai e Escócia, a seleção dinamarquesa não se intimidou. Com grandes exibições, principalmente na vitória por 6 a 1 sobre o Uruguai, a Dinamarca venceu seus três adversários e se classificou para a próxima fase como líderes do grupo E. Mas a alegria não durou muito. Perderam para a Espanha por 5 a 1 e foram eliminados da competição.
O próximo grande feito da seleção dinamarquesa ocorreu no início dos anos 90. Apesar de não conseguir se classificar em campo para a Eurocopa de 1992, a Dinamarca conseguiu participar da competição, pois a Iugoslávia, que havia eliminado os dinamarqueses do torneio, sofreu uma punição da FIFA e foi excluída da competição, devido à guerra civil que ocorria no país. Os dinamarqueses não estavam entre as grandes forças no torneio, ainda mais com a ausência do maior craque da equipe, Michael Laudrup, que não foi convocado por problemas de disciplina. Mesmo com as dificuldades, a Dinamarca se classificou em segundo lugar em seu grupo, com uma vitória, um empate e uma derrota em três jogos. Nas semifinais, passaram pela Holanda, que era a atual campeã da competição, nos pênaltis. O adversário da final seria a Alemanha, atual campeã mundial, na época. Apresentando um futebol eficiente, a Dinamarca venceu os alemães por 2 a 0, com gols de Jensen e Vilfort. A Eurocopa de 1992 é até hoje o único título de grande importância dos dinamarqueses.
Por ser campeã européia, a Dinamarca garantiu uma vaga na Copa das Confederações de 1995. E a saga dinamarquesa continuou. Com uma ótima campanha, os dinamarqueses venceram a Argentina na final da competição por 2 a 0, com gols de Michael Laudrup e Rasmussen.
A Dinamarca disputou sua primeira Copa do Mundo apenas em 1986, no México. Logo de cara, os dinamarqueses venceram os três jogos da fase grupos, contra Alemanha Ocidental, Uruguai e Escócia, e se classificaram para a próxima fase como líderes do grupo E. Confiante com a campanha, a Dinamarca não conseguiu ir adiante. Nas oitavas-de-final, contra a Espanha, foi goleada por 5 a 1 e sentiu o gosto amargo da eliminação.
Apenas 12 anos depois a Dinamarca voltou a uma Copa do Mundo, em 1998, na França. Dessa vez conseguiram ir mais longe ainda do que em 86. Após eliminar a Nigéria nas oitavas, os dinamarqueses enfrentaram o Brasil nas quartas-de-final. Em um jogo duro, acabaram eliminados pela seleção brasileira, ao serem derrotados por 3 a 2. Em 2002, novamente conseguiram passar da fase de grupos. De maneira impressionante, os dinamarqueses conseguiram passar em primeiro lugar em seu grupo, eliminando França e Uruguai ainda na primeira fase. E, mais uma vez, a história se repetiu. Os dinamarqueses foram eliminados logo nas oitavas, após perderem por 3 a 0 para a Inglaterra. Fora em 2006, a Dinamarca voltou a um mundial, em 2010, na África do Sul. Mas os dinamarqueses não repetiram as boas campanhas das edições anteriores e foram eliminados ainda na primeira fase.
A Dinamarca se classificou para o mundial da Rússia após passar pela repescagem. Com seis vitórias, dois empates e duas derrotas em dez jogos, a Dinamarca ficou em segundo lugar no grupo E das Eliminatórias Europeias, se classificando para a repescagem. A adversária da repescagem foi a Irlanda. Após empate sem gols no jogo de ida, a Dinamarca aplicou uma goleada na volta por 5 a 1 e garantiu sua vaga na Rússia em 2018.
A seleção dinamarquesa chega para a Copa com alguns destaques individuais que são protagonistas em suas equipes. O principal deles é o meio-campista Christian Eriksen, do Tottenham, da Inglaterra, autor de onze gols nas Eliminatórias Européias, três deles na vitória por 5 a 1 sobre a Irlanda, na repescagem, que garantiu os dinamarqueses no mundial. Na Copa, o gol dinamarquês será defendido pelo goleiro Kasper Shmeichel, que atua no Leicester, da Inglaterra, e é filho do ex-goleiro Peter Schmeichel. Schmeichel é o jogador com mais partidas pela seleção dinamarquesa, participando de 129 jogos entre 1987 e 2001. O ex-goleiro estava presente nas principais conquistas da Dinamarca e marcou sua geração com suas atuações brilhantes.
A Dinamarca chega à Rússia com o intuito de manter sua tradição em passar da fase de grupos, mas não deve ter vida fácil. A possibilidade da França fica com uma das vagas em seu grupo é grande. Enquanto isso, apesar de favorita para ficar com a outra vaga, os dinamarqueses não vão ter moleza diante de australianos e peruanos. Os jogadores da Dinamarca quem manter a tradição da seleção de ir bem nos mundiais e pretendem superar a melhor campanha da equipe, em 1998, quando alcançaram as quartas-de-final.