Chico Ribeiro

O Brasil discute essa semana no 44º encontro da Comissão Sul Americana de Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), no município de Pirinópolis, reivindicações no sentido de que algumas regiões sejam consideradas livres de febre aftosa sem vacinação. O tema é uma das propostas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Para representar Mato Grosso do Sul no debate, os diretores da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Luciano Chiochetta (diretor presidente) e Roberto Bueno (diretor executivo) juntamente com o coordenador do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHFA), fiscal estadual agropecuário e médico veterinário, Fernando Endrigo Ramos Garcia e a coordenadora do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (NCEBT) a médica veterinária, fiscal estadual agropecuária, Daniela de Oliveira Cazola, participam do encontro onde apresentam resultados do trabalho realizado no Estado.

Com 21.815.242 cabeças distribuídas em 58.339 propriedades rurais com espécies susceptíveis, Mato Grosso do Sul realiza a vacinação contra a febre aftosa em duas etapas – em maio e novembro – tendo o seu território dividido em três regiões, sendo planalto, pantanal e zona de fronteira.

Com excelência reconhecida no setor de sanidade, o Estado que é modelo no trabalho de prevenção a doença e um dos mais bem colocados em índice de vacinação, segundo dados da Agência Estadual, com 99,4% do rebanho de bovinos e bubalinos vacinados, sempre foi bastante cauteloso nas discussões realizadas com vistas a retirada da vacinação.

Atentos em expor as peculiaridades que diferem Mato Grosso do Sul dos outros entes da Federação, já que possui a mais extensa faixa de fronteira seca (com a Bolivia e o Paraguai) e o quarto maior rebanho bovino do País, os diretores acreditam que as discussões sobre a estratégia de retirada da vacina passa por uma completa analise dos avanços obtidos com o Plano de ação do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (2011-2020), e a revisão dos desafios das próximas etapas onde estão previstos o projeto de criação de um Banco Regional de Antígenos/Vacinas da Cosalfa (Banvaco), ao manejo das cepas de febre aftosa exógenas à região e a necessidade de manter o sorotipo C nos programas de vacinação sistemática.

A verificação da situação dos fundos que devem financiar as ações de controle, também entra em pauta e sobre este tema Luciano comentou que Mato Grosso do Sul já criou em setembro de 2016 uma reserva financeira para ações de Defesa Sanitária Animal denominada Refasa e que, ações no sentido de iniciar a arrecadação já encontram-se em andamento.

“A transição para o status de livre sem vacinação, e a definição de estratégias sub-regionais, dando-se prioridade a ações de cooperação técnicas condizentes ao reconhecimento sanitário nos países que ainda não estão livres da febre aftosa tem colaborado para o bom andamento do processo, contudo ainda é cedo para estabelecer um prazo para que a retirada da vacinação se dê no nosso Estado”. Comentou o diretor presidente.

Cosalfa

A Cosalfa está constituída por 26 representantes de 13 países (Argentina, Brasil, Bolívia; Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai), sendo um representante do setor público – o Diretor do Serviço Veterinário Oficial – e um representante do setor privado – relacionado com a mais alta entidade nacional que congregue aos produtores pecuários. Além desses países, o encontro em Pirenópolis conta ainda com a participação de representantes da Espanha, Estados Unidos, França, Nova Zelândia e Suíça.

Promovida pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) com o apoio do Governo do Brasil, por intermédio do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e do Governo do Estado de Goiás, o encontro conta ainda com a participação de diversos organismos internacionais, como a Organização de Saúde Animal (OIE), a Organização das Nações para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Grupo Interamericano de Erradicação da Febre Aftosa (Giefa).

Por corumbaonline

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