Ministério das Relações Exteriores reagiu, na última terça-feira (27), às novas críticas do ministro da Defesa de Israel ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a retirada do Brasil da Aliança Internacional em Memória do Holocausto, o ex-chanceler e atual ministro da Defesa, Israel Katz, criticou Lula nas redes sociais e relembrou que o declarou como persona non grata no ano passado. Na época, o presidente havia comparado a ação na faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelos nazistas.

“Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA – o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel – colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz.

O ministro também lamentou ser uma “vergonha para o maravilhoso povo brasileiro e para os muitos amigos de Israel no Brasil que este seja o seu presidente”. A nota também foi completada por uma imagem gerada por inteligência artificial, na qual Lula é uma marionete controlada pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

Nas redes sociais, o Itamaraty reagiu aos comentários do ministro israelense e os classificou como “inverdades e grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o Presidente Lula”. Além disso, foi cobrado que Katz “assuma responsabilidade” e apure o bombardeio contra o Hospital Nasser, na Faixa de Gaza, que matou 20 pessoas.

“Como Ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, continuou o ministério.

Ainda na última terça, Israel reconheceu que os cinco jornalistas, entre as vítimas fatais do bombardeio, não pertenciam ao Hamas. O Gabinete do Primeiro Ministro, Benjamin Netanyahu, informou que as autoridades militares estão realizando uma investigação completa.

O ocorrido representa mais um episódio na crise diplomática entre Brasil e Israel. Tel Aviv decidiu rebaixar a relação depois de Brasília não conceder o consentimento à substituição do embaixador Daniel Zonshine, que deixa o cargo.

O assessor especial da presidência, Celso Amorim, explicou que o nome não foi vetado. O Brasil não concedeu a troca por conta de uma reprimenda pública que o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, sofreu durante um evento com o chanceler de Israel, em fevereiro do ano passado.

Por TV CULTURA