Um levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia traçou um retrato das principais doenças de pele no país, que mostra diferenças entre os diagnósticos feitos na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS).

A pele é o maior órgão do corpo humano, mas muitas vezes é deixada em segundo plano. Os cuidados costumam ficar limitados à estética ou a situações pontuais, quando surge algum problema. Uma pesquisa recente da entidade mostra um retrato desse comportamento.

A acne é o diagnóstico mais frequente na rede privada, principalmente entre jovens de 13 a 24 anos. Já no SUS, o câncer de pele lidera, com mais da metade dos casos identificados no sistema público. A psoríase, por sua vez, aparece como uma das principais queixas entre adultos na rede privada.

“A pele tem doenças que são dela, tem doenças que são manifestações de doenças sistêmicas. Muitas vezes a gente descobre diabetes por uma lesão de pele, um colesterol alto pela lesão de pele, que o paciente nem sabe que tem”, explica a dermatologista Francisca Regina Oliveira Carneiro.

Os dados mostram diferenças profundas entre quem consegue pagar um plano e quem depende do SUS. Além da estética, na rede privada o acesso costuma ser mais rápido, enquanto no sistema público predominam casos graves e urgentes, como o câncer de pele.

“Apesar de todas as limitações que a gente conhece em relação ao estabelecimento do sistema público de saúde, ele oferece a possibilidade de que esse usuário adentre via a atenção primária em saúde e que nesse serviço ele passe para um processo de avaliação e ele seja encaminhado para um especialista se essa for a demanda”, destaca a epidemiologista Ana Cristina de Oliveira Costa, da Abrasco/Fiocruz.

E se há um cuidado básico que pode fazer toda a diferença, é o uso do protetor solar. Ainda assim, ele está longe de ser um hábito diário para a maioria dos brasileiros. Médicos lembram que prevenir é sempre mais barato e eficaz. Hidratar a pele, usar protetor solar todos os dias, observar sinais, como manchas ou feridas que não cicatrizam, e procurar um especialista são atitudes simples e fundamentais.

“Pelo menos uma vez ao ano vá ao seu dermatologista, mesmo que você não tenha queixas, para que ele possa fazer o exame integral da pele e detectar precocemente todas essas alterações que a pele pode demonstrar para a gente. A pele fala, mas só seu dermatologista entende”, conclui Francisca Regina.

Por TV CULTURA