A Comissão Europeia confirmou que teve apoio necessário dentro do bloco para impor tarifas contra produtos importados dos Estados Unidos. Elas valerão a partir do dia 15 de abril e são retaliatórias para as taxas de aço e alumínio em 25%.
O anúncio ocorre no dia que as novas tarifas de 20% contra a União Europeia entram em vigor pelos Estados Unidos.
A União Europeia afirma que declarou a ‘preferência em encontrar resultados negociados com os EUA, que seriam equilibrados e mutuamente benéficos’, mas acrescenta que, assim que as verificações finais forem concluídas, as taxas entrarão em vigor.
A declaração ainda defende que a ‘UE considera as tarifas dos EUA injustificadas e prejudiciais, causando prejuízos econômicos a ambos os lados, bem como à economia global’.
‘Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado’, completa o texto.
Os impostos variam de 10% a 25% e afetam em mais de US$ 22 bilhões (cerca de R$ 130 bilhões) em produtos dos EUA. Entre eles estão tabaco, motocicletas, aves, soja, produtos de beleza, aço e alumínio, segundo a Associated Press.
Mais medidas são estudadas para as próximas semanas. Elas entrariam em vigor em etapas, sendo a próxima para 16 de maio e outra em 1º de dezembro.
União Europeia e China se aproximam?
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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. — Foto: FREDERICK FLORIN / AFP
Nessa terça (8), a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, conversou com o primeiro-ministro da China e juntos reiteraram a intenção de proteger um mercado livre para dar mais estabilidade e certeza à economia mundial.
A Europa é o principal comprador de produtos chineses e a China é o terceiro maior mercado para as exportações europeias.
Entenda as novas tarifas em vigor
Entraram em vigor nesta quarta-feira (9) as tarifas de 104% dos Estados Unidos a produtos chineses e taxas acima de 10% para a União Europeia e mais 55 países. O presidente Donald Trump cumpriu as ameaças e confirmou a taxa extra de 50% contra a China diante da decisão do gigante asiático de manter a retaliação aos Estados Unidos.
O governo chinês vai impor taxas adicionais de 84% sobre os importados dos EUA. Com isso, o valor da tarifação entre os dois países passa a ser igual.
O Ministério das Finanças da China disse que elas passam a valer a partir de 10 de abril, esta quinta-feira. Além disso, a pasta afirmou que adicionou 12 entidades dos EUA à lista de controle de exportação e 6 entidades dos EUA à lista de ‘entidades não confiáveis’.
O relatório do governo chinês diz que a decisão do governo americano ‘infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China e prejudica seriamente o sistema de comércio multilateral baseado em regras’.
Os Estados Unidos já colocaram, no início do governo Trump, 20% de taxas contra produtos importados da China. Elas se juntam a outras anunciadas após o tarifaço contra o país asiático e ficam da seguinte forma a partir desta quarta-feira (9):
- Tarifa de 20% contra produtos importados no geral;
- Tarifas adicionais de 34% em virtude do ‘tarifaço’;
- Mais tarifas de 50% em retaliação a resposta da China.
Entre os países que passaram a pagar taxas acima de 30% nesta madrugada estão: Indonésia, Taiwan, Suíça e África do Sul. Japão, Coreia do Sul e Índia também vão pagar tributos acima de 24%.
Até agora, pelo menos 70 países já tentaram negociar com Estados Unidos a redução das tarifas.
Segundo um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, com 118 países, o Real é a terceira moeda que mais perdeu valor frente ao dólar desde o início do tarifaço de Trump. A queda acumulada chegou a 5,10%
No mundo, a desvalorização é liderada pela moeda da Líbia, seguida pela da Colômbia.
O tarifaço de Donald Trump tem provocado perdas generalizadas no mercado financeiro. Somente nos Estados Unidos, os investidores já perderam quase US$ 11 trilhões desde a posse do republicano, em 20 de janeiro. O tombo é puxado principalmente pelas sete gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet, Meta e Tesla.