Enquanto a UTI Neonatal não sai do papel, a solução será investir na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional, mais conhecida como unidade semi-intensiva neonatal, com equipamentos, material permanente e equipe de profissionais especializados, principalmente, para melhorar o atendimento na maternidade local, visando reduzir os índices de óbitos de bebês recém-nascidos.

O assunto foi amplamente debatido na noite de ontem, quarta-feira, 28, na Câmara, durante uma audiência pública como tema “Os prejuízos à saúde pantaneira pela inexistência de UTI Neonatal na rede pública de Corumbá”, de iniciativa da vereadora Raquel Bryk (que esteve ausente devido a problemas de saúde) e do vereador Chicão Vianna.

A audiência aconteceu no plenário “Dr. Léo de Medeiros Guimarães”, da Câmara Municipal, que contou com um bom público, inclusive pais e parentes de bebês que foram a óbitos recentemente na cidade. Foi presidida pelo vereador Chicão Vianna. Estavam presentes os vereadores Allex Dellas, Elinho Junior e Alexandre Vasconcellos.

Presentes também o promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães; médico pediatra Gladstone Cezar Medina Siqueira; Leonardo Cardoso Batista de Oliveira, assessor jurídico da Secretaria Municipal de Saúde; André Junqueira, médico pediatra; superintendente de Gestão em Saúde do Município, Andréia Junqueira; médico Antônio Sabatel, ex-vereador da cidade, entre outras autoridades.

Chicão ressaltou que a iniciativa da audiência pública teve como objetivo a construção de pontes e buscar soluções para um problema grave que aflige a população, e já houve avanço: como a implantação de uma UTI Neonatal deve ocorrer somente a partir de uma futura regionalização do hospital local, processo já em andamento, as autoridades presentes concordaram que, de imediato, é preciso fortalecer a unidade semi-intensiva neonatal, com capacidade para desenvolver um atendimento especializado aos recém-nascidos, por parte de uma equipe de profissionais.

EMENDAS

O vereador informou que já há recursos assegurados, por meio de emenda parlamentar dele e da vereadora Raquel, R$ 100 mil, bem como do deputado federal Luiz Ovando, médico corumbaense, R$ 300 mil, para aquisição de equipamentos e material permanente, que serão destinados à unidade semi-intensiva neonatal, em atendimento a um pedido feito por ele e Raquel.

“Já é um grande avanço. Eu e a vereadora Raquel estivemos na Santa Casa e fizemos um levantamento do que é necessário para fortalecer essa semi-intensiva neonatal. Com recurso proveniente de emendas nossas e do deputado Luiz Ovando, poderemos adquirir um berço aquecido modelo três pontas (R$ 80 mil); uma incubadora de transporte neonatal (R$ 52,5 mil); um aspirador de secreção elétrica móvel (R$ 3,183 mil); um aparelho de fototerapia (R$ 9,578 mil); um berço aquecido (30 mil); bomba de infusão de seringa (R$ 9,573 mil); incubadora neonatal estacionária (R$ 50,466 mil); monitor multiparâmetros (R$ 9,918 mil), e um ventilador pulmonar presométrico e volumétrico (R$ 102,95 mil).

O médico pediatra Gladstone Siqueira apontou esta saída. Foi claro ao afirmar que não é somente pensar em uma UTI para solucionar o problema. Conforme ele, o trabalho começa no início da gravidez da mãe, que precisa fazer o pré-natal nas unidades de saúde, para que o bebê se desenvolva com saúde.

Ressaltou que o pré-natal, o acompanhamento, é fundamental para evitar parto prematuro. “Quando cheguei em Corumbá me deparei com um grande número de partos prematuros e isso foi o que me assustou na cidade”, observou, destacando a necessidade de um bom acompanhamento da gestante e, dotar a unidade semi-intensiva neonatal de estrutura necessária para atender esses bebês, enquanto a UTI não é implantada na cidade.

O promotor, ainda no início da audiência, destacou que o evento já estava produzindo resultados positivos, primeiro, trabalhar na questão relacionada ao nascimento pré-maturo, acompanhamento da gestante por parte das unidades básicas de saúde, e buscar investimentos para fortalecer a unidade semi-intensiva, e que a UTI Neonatal em Corumbá é um tema que vem sendo debatido judicialmente desde 2015, quando o Ministério Público entrou com uma ação civil pública, cobrando não só o Município, mas também o Estado.

Um relatório da audiência será encaminhada ao promotor, inclusive sobre uma questão apontada por uma mãe que participou do evento, que reivindicou plantão pediátrico 24 horas no hospital no hospital de Corumbá.

REGIONALIZAÇÃO

A regionalização da Santa Casa de Corumbá, durante a audiência, foi apontada pelos vereadores Elinho Junior, Alexandre Vasconcellos e Allex Delas, como de suma importância para ampliação da estrutura hospitalar local, com a implantação de uma UTI Neonatal, inclusive. Eles acreditam que, ainda nesse primeiro semestre, com a conclusão de uma auditoria realizada na unidade local, deva ser assumida pelo Governo, o que representará maiores investimentos na saúde pública corumbaense.

Por Assessoria de Comunicação da Câmara