A produção das indústrias sul-mato-grossense avançou no segundo mês deste ano com o índice de evolução da produção industrial marcando 48,5 pontos, um crescimento de 4,3 pontos em relação a janeiro, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto às empresas estaduais. O resultado indica que o número de empresas com produção estável ou crescente aumentou na passagem de um mês para o outro.
Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, os números apontados pela Sondagem Industrial demonstram que o Brasil precisa continuar avançando. “Tivemos na semana passada um grande progresso na questão das relações de trabalho, que é a regulamentação da terceirização. Porém, precisamos continuar nesse caminho, inclusive, com as aprovações da minireforma trabalhista, que está em discussão no Congresso, e da Reforma da Previdência, que entendemos ser necessária”, pontuou.
Ele acrescenta que é impossível avançar em um país que ainda tenha, em pleno século XXI, uma CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) da época do ex-presidente Getúlio Vargas – 1º de maio de 1943. “É necessário reformar a casa para se ter qualidade de vida. Entendo que é uma reforma difícil, dolorida, mas que precisa ser discutida, da mesma forma como foi com a terceirização, que foi amplamente debatida com a sociedade e validada pelo Congresso Nacional”, comparou.
Sérgio Longen destaca que os empresários do setor industrial esperam progredir também em questões que são importantes para a indústria, como a convalidação dos incentivos fiscais, que está prometida para os próximos 60 dias. “Esse é o Brasil que precisamos para continuar, em um curto prazo, contratando trabalhadores”, assegurou.
Avaliação técnica
Na avaliação do coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, o levantamento da Sondagem Industrial mostra que em fevereiro 69,3% dos estabelecimentos se enquadravam na condição de produção estável ou crescente, contra 58,9% no mês anterior. “Contudo, o indicador permanece abaixo dos 50 pontos, sinalizando que para a maioria das empresas industriais de Mato Grosso do Sul a produção segue sem apresentar uma trajetória consistente de crescimento”, justificou.
Ele explica que, mesmo com diminuição, a capacidade ociosa segue elevada. “Para 46,6% dos respondentes a utilização da capacidade instalada esteve abaixo do usual para o mês de fevereiro. Desempenho que se refletiu no índice, com o resultado permanecendo muito abaixo do patamar considerado adequado para o período. Por fim, a ociosidade média da capacidade instalada em fevereiro ficou em 32%, contra 35% no mês de janeiro”, informou.
Expectativa
Os empresários industriais de Mato Grosso do Sul acreditam que a demanda por seus produtos deve aumentar nos próximos seis meses, enquanto em relação ao número de empregados e exportações, para o mesmo período, a expectativa é de estabilidade. Em março, 37,5% das empresas responderam que esperam aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses, no último levantamento, eram 29,1% nessa condição, enquanto 15,3% apontaram queda, contra 21,5% na pesquisa anterior, sendo que as empresas que acreditam que o nível de demanda se manterá estável responderam por 47,2% do total contra 49,4% no mês anterior.
Com relação ao número de empregados, em março, 11,3% das empresas responderam que esperam aumentar esse quesito nos próximos seis meses, no último levantamento, eram 9% nessa condição. Enquanto 16,9% apontaram que esse número deve cair, contra 21,8% na pesquisa anterior. Já as empresas que acreditam que o quadro de funcionários se manterá estável responderam por 71,8% do total, contra 69,2% no mês anterior.
Já as exportações, em março, 20% das empresas respondentes esperam aumento das vendas ao exterior de seus produtos nos próximos seis meses, no último levantamento, eram 9,1% nessa condição. Enquanto 20,0% apontaram queda, contra 22,7% na pesquisa anterior, sendo que as empresas que acreditam que suas exportações se manterão estáveis responderam por 60% do total, contra 68,2% no mês anterior.
Em relação ao índice de intenção de investimento do empresário industrial, a Sondagem Industrial aponta que ele aumentou na passagem de fevereiro para março, com o indicador saindo de 42,5 para 47,9 pontos. “O índice varia de zero a 100 pontos, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir”, informou Ezequiel Resende.
ICEI
Em março, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 56,1 pontos, indicando crescimento de 2,7% sobre o mês de fevereiro. “É importante ressaltar que todos os componentes do indicador de expectativas permanecem acima da linha divisória dos 50 pontos, ou seja, para os próximos seis meses o empresário industrial segue acreditando que ocorrerão melhoras na economia brasileira, sul-mato-grossense e, principalmente, no desempenho da própria empresa”, detalhou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
Ainda no mês de março, 37,5% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 42,2% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 32,0% dos empresários. Além disso, para 44,4% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 49,3% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 54,2%.
Por fim, para 18,1% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual chegou a 8,5% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 13,9%. “Em março, 21,6% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. Em relação à economia estadual, o resultado alcançou 19,2% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 14,9% dos empresários”, detalhou Ezequiel Resende.
Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 37,8%, sendo que em relação à economia do Estado esse percentual alcançou 37,0% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 32,4%. Por fim, 40,6% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar. Já em relação à economia estadual, esse percentual chegou a 43,9% e, no caso da própria empresa, 52,8% dos respondentes confiam em uma melhora do desempenho apresentado.