O rio está pra peixe, sem dúvidas! A terceira edição do Festival Internacional de Pesca Esportiva de Corumbá (Fipec), realizado entre os dias 15 e 17 de março, comprovou que a prática da modalidade do pesque e solte, adotada pelo trade turístico mesmo sem uma lei específica, e a moratória do dourado, restauraram o estoque pesqueiro no Rio Paraguai. Na prova principal, realizada no domingo (17), o número de captura de peixes foi o triplo em relação a 2023.

“Isso é preservação, é muito representativo para o meio ambiente, resultado de anos de manutenção da proibição da captura e comercialização do dourado e a cota zero que Corumbá implantou e teve a adesão dos pescadores amadores”, afirmou o goiano Maxwell Antunes, árbitro do campeonato e residente na Capital do Pantanal há oito anos. “O peixe mais capturado foi o dourado. Foram 109 exemplares de um total de 347 peixes registrados pelos competidores.”

Secretário de Governo, Luis Antonio Pardal (à diireita), representou o prefeito Marcelo Iunes na entrega dos prêmios. Foto: Renê Márcio Carneiro

O festival, promovido pela prefeitura e Corumbá, com o apoio da ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo) e Governo do Estado, contou com 245 equipes com até três pescadores. O evento movimentou a cidade, com ocupação hoteleira acima de 80% e a expectativa de receber 15 mil visitantes (de Campo Grande, interior do Estado e da Bolívia), número a ser tabulado pela Fundação de Turismo do Pantanal.

Pescaria em família

“É um evento que atrai a atenção para Corumbá, lota nossa rede hoteleira e fomenta toda a cadeia do turismo, mostrando a força e importância do segmento de pesca”, disse o prefeito Marcelo Iunes, estimando que o festival deixará cerca de R$ 5 milhões na economia local. Ele destacou que o município buscou realizar o melhor de todos os festivais, investiu em show nacional (a dupla Henrique e Diego) e montou uma mega praça gastronômica no porto-geral.

Pesca infantil, incentivando o pesque e solte, contou com participação recorde: 1.200 crianças e jovens. Foto: Clóvis Neto/PMC

O secretário municipal de Governo, Luiz Antônio Pardal, afirmou que o Fipec já está consolidado e sua realização é um importante estímulo para a economia local. “Foi novamente um grande sucesso. Fico feliz porque gera renda em nosso município, fomenta o nosso comércio, os restaurantes, os hotéis”, disse. “Esse turismo de pesca que a gente está realizando é para a família e pela preservação do Pantanal”, enfatizou a empresária Joice Santana, da ACERT.

O festival também fortalece a posição dos empresários do turismo de pesca de incentivar a prática do pesque e solte durante a temporada esportiva, de fevereiro a março. Enquanto setores ligados ao comércio de pesca e a associação dos pescadores profissionais pressionam para que o Estado não decrete a cota zero, num jogo político de interesses escusos, Corumbá dá o exemplo. “O festival mostrou que o rio voltou a ter peixe”, comemorou Joice.

Empresária Joice Santana, da ACERT, participou da premiação: “estamos promovendo uma pesca de família”. Foto: Clóvis Neto

Prova de resistência

O evento começou na sexta-feira (15), com a realização da prova inédita do torneio de arremesso, vencido pela pescadora Tamires Thomaz Paredes. No sábado, foi o dia da tradicional prova infanto-juvenil, na prainha do porto-geral, com participação recorde: 1.200 crianças e adolescentes. A prova dos adultos, no domingo, teve uma área de pesca de 20 km, Rio Paraguai acima, com duração de 8 horas (das 7h às 15h), com apoio da Polícia Ambiental, Bombeiros e Marinha.

Para os pescadores foi uma prova de resistência, com os termômetros marcando sensação térmica de 46 graus nas últimas horas da competição. Como o rio está subindo, a movimentação dos camalotes atrapalhou os arremessos, causando os temíveis enroscos, mas a pesca estava farta e a alegria foi geral. O maior exemplar fisgado foi um jau de 72cm e as espécies mais predominantes foram o dourado (109 exemplares), palmito (85), barbado (60) e cachorra (37).

Com 934 pontos, a equipe campeã da prova foi a Aki Pesca, de Corumbá, formada por Antoneil de Souza Junior e Suely Ramos de Oliveira Souza. No final do dia, os organizadores entregaram os troféus aos primeiros colocados, em evento no porto-geral, seguido do sorteio dos prêmios (barcos, motores de popa, moto e bicicleta elétrica), totalizando R$ 200 mil. Também foram sorteados pacotes free de pesca em barco-hotéis para três equipes.

Por Silvio Andrade - lugares.eco