Para rastrear o hacker que invadiu o perfil da primeira-dama Janja da Silva no X (antigo Twitter), a Polícia Federal (PF) utilizou diversos indícios. Um deles foi o fato de o nome do suspeito ser mencionado em uma postagem que ele mesmo fez na conta invadida. Além disso, a PF o localizou ao analisar o celular e o computador apreendidos na residência de João Vitor Ferreira, o primeiro alvo da operação.

Conforme informações do jornal O Globo, os investigadores encontraram ainda o nome do hacker em um depósito Pix e na lista de contatos de Ferreira.

Após a invasão da conta, a PF entrou em contato com a rede X, que costuma fornecer os números de IP (Internet Protocol) das máquinas que acessaram os perfis invadidos. Essa informação é uma espécie de “RG” dos dispositivos e é rastreada por meio das operadoras de telefonia.

O inquérito aponta que os dois adolescentes fazem parte de comunidades “incel”, uma combinação das palavras “involuntary celibates” (“celibatários involuntários”, em português). O termo “incel” é geralmente associado a homens que participam de fóruns de discussão online para compartilhar suas frustrações por não conseguirem manter relações sexuais e amorosas.

De acordo com a PF, esses fóruns são frequentemente utilizados para propagação de mensagens de ódio, especialmente direcionadas contra mulheres. “Durante as apurações ficou constatado que os possíveis envolvidos também tinham perfis e postagens na plataforma Discord, participando de grupos que trocavam mensagens de caráter misógino e extremista”, informou a PF, em nota.

Esses grupos geralmente são monitorados pelas autoridades devido à presença de informações relacionadas a possíveis atentados em escolas e à participação de integrantes de movimentos neonazistas.

Durante o depoimento à PF nesta quarta-feira, 14, o adolescente admitiu o crime. Já Ferreira, de 25 anos, negou envolvimento na invasão. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra eles, tanto em Minas Gerais quanto no Distrito Federal.

Por Portal Terra