Fernando descreve o trabalho como “um processo integrado que engloba a discussão da linguagem de movimento, a pesquisa sonora para a construção da trilha sonora do espetáculo, imersões/aulas específicas, que visam desenvolver o pensamento e o entendimento”.
Para o coreógrafo, o desafio é desenvolver um trabalho que transmita informações relevantes. “Tem sido uma aventura intensa. Por essa razão, tenho me dedicado a encontrar maneiras sensíveis e responsáveis de abordar esse tema”, explica.
Durante sua trajetória, a filosofia e a esquizoanálise foram cruciais para a formação das ideias de Fernando Martins, agregando conhecimento aos seus estudos. Além disso, estabeleceu importantes parcerias artísticas, incluindo o papel como co-fundador da Random Collision na Holanda, um projeto que se dedica a subsidiar jovens coreógrafos em suas pesquisas e produções artísticas. Ele também colaborou com o cientista holandês Tom Postmes no projeto Experiment A, aprofundando sua relação com os temas abordados em seus trabalhos coreográficos.
O coreógrafo conta que conheceu o trabalho da Cia de Dança do Pantanal por meio do bailarino e coreógrafo Wellington Julio. “Acompanhava o trabalho dele pelas redes sociais e, assim, acabei me conectando com o grupo. Embora tenha conhecido a companhia há pouco tempo, tenho me aprofundado no projeto do Moinho Cultural como um todo. Tem sido uma experiência reveladora e prazerosa transitar por esse espaço”, revela.
Martins afirma que o Moinho Cultural desempenha um papel crucial ao oferecer educação e formação em diversas áreas para crianças e adolescentes. “A iniciativa é potente, amplia e impulsiona as possibilidades desses jovens, proporcionando-lhes uma visão mais ampla do mundo em que vivemos. A equipe do Moinho Cultural é fundamental na promoção da cidadania e inclusão social para todas as famílias envolvidas”, destaca o coreógrafo.
Para a diretora-executiva do Moinho Cultural, Márcia Rolon, a presença de um novo coreógrafo, com a experiência do Fernando, apresenta novos desafios para a Cia do Pantanal e os fortalecem com um repertório potente dentro de um processo criativo que envolve os bailarinos. “Desde a criação da Cia de Dança do Pantanal, buscamos a interação, troca, descoberta com outros bailarinos, coreógrafos e intérpretes-criadores. Isso já faz parte da essência da companhia e, com certeza, se traduz em tudo o que criamos. Acreditamos que este processo é fundamental dentro da nossa criação e, principalmente, da forma que enxergamos o mundo e o traduzimos por meio da dança”, afirma.